BOAS VINDAS

"SEMPRE DEVEMOS RECONHECER O LADO BOM DAS COISAS, APROVEITANDO-AS EM SEUS MÍNIMOS DETALHES.

E... SE DOEU POR ALGUM MOMENTO É PORQUE VALEU A PENA ESTARMOS ...VIVOS!"

19 de novembro de 2011

Crianças negras são preteridas por famílias candidatas à adoção


DA AGÊNCIA BRASIL
Três anos após a criação do Cadastro Nacional de Adoção, as crianças negras ainda são preteridas por famílias que desejam adotar um filho. A adoção inter-racial continua sendo um tabu: das 26 mil famílias que aguardam na fila da adoção, mais de um terço aceita apenas crianças brancas. Enquanto isso, as crianças negras (pretas e pardas) são mais da metade das que estão aptas para serem adotadas e aguardam por uma família.

Apesar das campanhas promovidas por entidades e governos sobre a necessidade de se ampliar o perfil da criança procurada, o supervisor da 1ª Vara da Infância e Juventude do Distrito Federal, Walter Gomes, diz que houve pouco avanço.

"O que verificamos no dia a dia é que as família continuam apresentando enorme resistência [à adoção de crianças negras]. A questão da cor ainda continua sendo um obstáculo de difícil desconstrução."

Hoje no Distrito Federal há 51 crianças negras habilitadas para adoção, todas com mais de 5 anos. Entre as 410 famílias que aguardam na fila, apenas 17 admitem uma criança com esse perfil. Permanece o padrão que busca recém-nascidos de cor branca e sem irmãos. Segundo Gomes, o principal argumento das famílias para rejeitar a adoção de negros é a possibilidade de que eles venham a sofrer preconceito pela diferença da cor da pele.

"Mas esse argumento é de natureza projetiva, ou seja, são famílias que já carregam o preconceito, e esse é um argumento que não se mantém diante de uma análise bem objetiva", defende Gomes.

O tempo de espera na fila da adoção por uma criança com o perfil "clássico" é em média de oito anos. Se os pretendentes aceitaram crianças negras, com irmãos e mais velhas, o prazo pode cair para três meses, informa.

Há cinco anos, a advogada Mirian Andrade Veloso, 38, se tornou mãe de Camille, uma menina negra que hoje está com 7 anos. Mirian, que tem cabelos loiros e olhos claros, conta que na rotina das duas a cor da pele é apenas um "detalhe". Lembra-se apenas de um episódio em que a menina foi questionada por uma pessoa se era mesmo filha de Mirian, em função da diferença física entre as duas.

"Isso [o medo do preconceito] é um problema de quem ainda não adotou e tem essa visão. Não existe problema real nessa questão, o problema está no pré-conceito daquela situação que a gente não viveu. Essas experiências podem existir, mas são muito pouco perto do bônus", afirma a advogada.

Hoje, Mirian e o marido têm a guarda de outra menina de 13 anos, irmã de Camille, e desistiram da ideia de terem filhos biológicos. "É uma pena as pessoas colocarem restrições para adotar uma criança porque quem fica esperando para escolher está perdendo, deixando de ser feliz."

Para Walter Gomes, é necessário um trabalho de sensibilização das famílias para que aumente o número de adoções inter-raciais.

"O racismo, no nosso dia a dia, é verificado nos comportamentos, nas atitudes. No contexto da adoção não tem como você lutar para que esse preconceito seja dissolvido, se não for por meio da afirmatividade afetiva. No universo do amor, não existe diferença, não existe cor. O amor, quando existe de verdade nas relações, acaba por erradicar tudo que é contrário à cidadania", disse.
Afrodescendentes lutam por criação de fundo internacional


Mesas redondas discutiram políticas para as populações afrodescendentes


A criação de um Fundo Internacional de Desenvolvimento Econômico para as populações afrodescendentes, voltado exclusivamente para ações de educação e cultura, é o ponto principal da Carta de Salvador, documento elaborado pelos participantes do Encontro do Ano Internacional dos Afrodescendentes - Afro XXI, que teve os debates encerrados nesta sexta, 18 no Centro de Convenções.
Além da criação do Fundo, que teria os recursos compartilhados entre os países membros, a implantação de um Fórum Permanente de interlocução entre os governos e a comunidade afrodescendente dos países da diáspora, dentro da estrutura da Organização das Nações Unidas - ONU, também faz parte das demandas que serão apresentadas para os governantes dos países que participaram do Afro XXI.
“Esses são alguns dos itens da nossa pauta, mas nossa principal reivindicação é que as declarações e intenções aqui firmadas, e as que foram tratadas em Durban, há 10 anos, saiam do papel e se transformem em ações concretas, para que possamos celebrar, em um futuro breve, a verdadeira igualdade racial”, declara Epsy Campbell, representante da sociedade civil da Costa Rica, especialista em desenvolvimento social, equidade e participação política das mulheres e dos negros.
A mortalidade da população negra foi um dos pontos que mais chamou atenção entre os participantes do encontro. Foi percebida a semelhança de dados e em todos os países se confirmou que a população negra tem um ciclo de vida menor e é a que menos tem acesso a saúde pública. “É notório que a população negra precisa ser efetivamente incluída em um sistema de saúde eficiente, com programas especifícos que tratem as doenças que são predominantes nos negros e negras deste país”, declara Ubiraci Matildes, Técnica de Saúde da População Negra.
Chefes de Estado - Neste sábado, a partir, das 9h, no Palácio da Aclamação, a presidente Dilma Roussef e outros 14 chefes de Estado dos países ibero-americanos participantes do Afro XXI vão receber os representantes da sociedade civil e os relatores das mesas redondas para que possam acrescentar os dados na “Declaração de Salvador”, o novo protocolo de intenções entre os governantes para estabelecer ações de combate ao racismo e promoção da igualdade.
Durante o Afro XXI, as delegações dos países trocaram experiências. Enquanto o Brasil, se firmava como uma referência internacional na implantação de políticas de promoção da Igualdade Racial, membros da delegação Chilena aproveitaram o encontro para denunciar que o governo do seu país, ainda hoje, proíbe que nos questionários do censo 2012, acrescentem a opção da etnia negra. Apenas duas opções de raça são oferecidas: Branco ou índio.
“Esse problema não se restringe ao Chile. Posso afirmar que mais da metade dos países latinos tem posturas parecidas com a do governo chileno”, declarou Frei David dos Santos, idealizador do Educafro em São Paulo.
Os adeptos das religiões de matriz africana também apresentaram suas denúncias, ao afirmarem que é internacional a tentativa de criminalizar os seus rituais religiosos. “Os países devem ser Estados Laicos, mas tem a obrigação de garantir ao indivíduo o seu direito magno de professar a sua fé”, declara Antônio Castañeda, Babalawo, presidente  da Associação Cultural Yorubá de Cuba.
Em São Paulo, o deputado Feliciano Filho (PV), apresentou a Assembléia Legislativa o Projeto de Lei - PL 992/2011 que visa proibir o sacrifício de animais em práticas e rituais religiosos. O fato  gerou polêmica em todo o Brasil. No PL o deputado se baseia na Lei de Crimes Ambientais, que criminaliza maus-tratos aos animais, e a Constituição, que garante que animais não sofram crueldade. Entretanto, a própria Constituição garante a  liberdade de culto, dessa forma os sacrifícios aos animais não poderiam ser vistos como crime. “Esse deputado deveria se preocupar com o genocídio de nossas crianças negras. O sacrifício de animais representa a nossa comunhão. É o alimento que será preparado e dividido por todos da comunidade”, pontua Jacilene Santos, Equede de Xangô.  
Ainda não foi aprovado, mas comunidades tradicionais de terreiro já estão se organizando, para tentar impedir que o projeto vire lei em São Paulo e que outros estados adotem medidas parecidas. “Vamos tomar as ruas. Crime é nos proiberem de praticar o nosso legado religioso, que veio junto com nossos antepassados africanos. Faremos o que for preciso para assegurar nossos direitos”, afirma Jacira dos Santos, Ialorixá do Ilê Axé Lugan.
No documento entregue aos chefes de Estado, os adeptos das religiões de matriz africana pedem que os Governos assegurem que todos possam cumprir os rituais sagrados das religiões que professam.

Os dois traficantes foram autuados em flagrante por tráfico de drogas e porte ilegal de arma


Dois homens foram presos, na manhã desta sexta-feira, em Mutuípe, a 257 km de Salvador, por esconderem uma plantação de 48 pés de maconha, localizada numa clareira em meio a um conjunto de serras no município. Manoel Cláudio Santos Alves e Anelito de Jesus Santos foram flagrados com 1kg da droga prontos para o consumo.

Em depoimento à delegada titular de Mutuípe, Corina Lopes de Oliveira, Cláudio  revelou que, além da plantação da maconha em Água Fria, estavam também enterrados no local um rifle americano, e um pente com capacidade para 10 tiros, localizados e apreendidos.

Na delegacia, o traficante disse ainda que, além dos 48 pés de maconha, visíveis e com tamanho médio de 70 centímetros, dezenas de outras mudas já haviam sido plantadas e estavam prestes a florescer ou já florescendo. Os dois traficantes foram autuados em flagrante por tráfico de drogas e porte ilegal de arma.